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14 de May de 2021

O avanço científico na área de oncologia infantojuvenil vem aumentando os índices de cura e sobrevida. Isso se deve aos intensos estudos em relação à própria doença, principalmente, quando o diagnóstico é precoce.

Entretanto, as sucessivas hospitalizações com todas as suas implicações físicas e biopsicossociais, se traduzem como um período marcante na vida do sujeito. Ao ser hospitalizado, este é lançado em um ambiente desconhecido e imprevisível, o que gera grande apreensão e sofrimento, pois, exige um afastamento de tudo o que lhe é familiar e conhecido, traz experiências de isolamento, abandono e distanciamento de laços afetivos e sociais.

As modalidades de tratamento contra o câncer infantil acarretam uma série de efeitos colaterais como a queda de cabelo, alterações no peso, mutilações, dentre outras. O processo da doença induz a criança e o adolescente a ter que enfrentar a descaracterização física decorrente dos tratamentos. A criança e o adolescente reagem ao câncer e ao tratamento ancorado em sua idade, estágio de desenvolvimento psíquico, o tipo de terapêutica e seus efeitos colaterais, limitações impostas, compreensão sobre a doença, assim como as reações familiares.

Para a família de uma criança com câncer, o momento do diagnóstico gera sentimentos de medo e insegurança e geralmente a discussão formal sobre o diagnóstico e as intenções do tratamento vêm depois de um longo período de incertezas, em que a criança já deve ter passado por uma série de testes e procedimentos dolorosos. Quando, finalmente, a equipe discute o diagnóstico e o tratamento com a família, o temor das notícias que surgirão, junto às incertezas futuras, é motivo de ansiedade que dificulta o enfrentamento da situação por parte da família.

A experiência de ter um filho com câncer ocasiona diversos efeitos na vida da família; a necessidade de aproximação, dificuldades financeiras, sacrifício, dor e angústia emocional são alguns deles. A sensação é a de vivenciar uma luta na qual os pais questionam o porquê da doença em suas vidas. O impacto da doença leva à necessidade de a família desenvolver novas habilidades e tarefas no cotidiano familiar para resolver os conflitos em função da hospitalização e das demandas da doença nos aspectos físicos, psicossociais e financeiros. Estar longe de sua cidade em um local coletivo também causa impactos.

 

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